terça-feira, 16 de julho de 2013

Um mochilão nas costas. O mundo é o meu quintal.


Em alguns momentos, a vida te impõe algumas mudanças de trajetória. Quase sempre contrariados, preferimos nos recolher e reclamar. Mas, por que não se entregar a vida, deixando-se levar por ela, permitindo-se estar ao sabor do que ela quiser mostrar-lhe, ensinar-lhe? Bem, tenho pensado muito nisso estes dias...

Como faço todos os anos, tiro uns dias das férias para matar as saudades, com mais calma, de papai, mamãe, irmãos e sobrinhos. Como estou em um período de transição, e acredito que, por mais que queira, minhas férias não serão mais aproveitadas da mesma forma que em anos anteriores, minha alma tem se mostrado inquieta,  numa luta, quase ininterrupta, entre ‘manutenção’ e ‘transformação’. Tenho sentido uma necessidade quase visceral de ver, absorver, processar, crescer. Mas, ao mesmo tempo, estou sendo bombardeado com pensamentos recorrentes de que preciso me isolar para meditar, mesmo que este isolamento equivalha ao estado, quase vegetativo, do autismo, sendo a forma como, desde que me entendo, lido com situações difíceis.

E aqui me encontro hoje, sentado numa bucólica pracinha no meu ‘Reino de Tão-Tão Distante’. Minha querida genitora, Paraíba do Sul. Mas estou diferente de outras vezes em que pra cá vim, também de férias. Quero explorar esta cidade que, por mais incrível que pareça, ainda me é ‘misteriosa’ em alguns pontos. Acho que posso extrapolar esta sensação para o resto de minha vida. Na verdade, tenho um mundo inteiro para descobrir e, este, infinitas lições para me ensinar. Fiquei tanto tempo olhando para o relógio esperando o tempo passar que nem me toquei que poderia estar me sentindo vivo, ao invés de me ver como escravo das minhas necessidades e dos confortos que tanto prezo.


Por muito tempo não quis sofrer e acreditava que colocar uma pedra sobre os problemas era a melhor solução para resolvê-los quando, no máximo, tornava-os maiores e absurdamente mais complexos do que se quisesse soluciona-los de imediato. Num estalo, descobri que tenho voz. E que está voz lateja em minha cabeça, explode em minha garganta e pulsa em meu coração. Ela quer sair, de mãos dadas com meus sonhos a descobrir todo este mundo que me cerca e que, bem lembrado por minha mãe, já me encantava desde tão muito jovem.

Um símbolo desta nova fase tem sido minha mochila. Virou minha companheira de umas semanas pra cá. Nela eu levo meu pequeno mundo. Tudo o que preciso para não me desconectar (carregador e fones), mas também um bom livro que esteja degustando naquele momento e meu computador, para que eu possa alimentar esse blog, que virou uma espécie de diário aberto. Por sinal, diário foi sempre uma coisa que não consegui manter. Pra que escrever se o único leitor será o próprio autor?


Voltando a história da mochila, espero comprar uma maior, pois pretendo que um espírito andarilho se apodere deste corpo que sempre admirou o mundo, mas nunca teve coragem de se atirar de cabeça nele. E, quer saber de uma coisa: é tudo do que preciso agora!

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