sábado, 6 de julho de 2013

Consequentemente...

Acredito que um dos maiores desafios humanos está na aceitação das consequências de seus atos. Uma parte de nós até se esforça em, num lampejo de desapego ao ego, não só tomar, mas assumir seus atos. Entretanto, o mal lidar com os impactos de nossas ações e decisões é uma falha de nossa formação humana, visto que somos intolerantes a dor. Não que todas as consequências mereçam o limbo da não-paternidade, tal como o adulto que se torna bem sucedido pelo fato da ação de um ‘mecenas’ ter-lhe permitido alcançar tal grau na maioridade. Mas a dúvida em relação às consequências, que apenas surgirão no futuro (imediato ou remoto), pode acometer tanto as boas como as más ações (imagine a dúvida que atinge o ‘mecenas’, com a possibilidade de o “ajudado” tornar-se um bandido ao invés de um bom trabalhador).

Saber lidar com as consequências é, em resumo, saber lidar com a possibilidade de dor, mesmo que a dor de poder-se ter agido de forma diferente.

Também pode-se deduzir que, quanto menos o raciocínio estiver calcado no planejamento – que é, em resumo, pensar as ações com base nas consequências desejadas -, tanto mais dificuldade para lidar com as consequências terá o indivíduo. O planejamento falho, aquele que não conduz às consequências desejadas, desde que quem o implemente esteja equipado com as ferramentas analíticas necessárias, tentará entender onde a ação não conduziu ao resultado esperado, e cuidará de corrigi-la  em uma situação similar ou no caso de reinício do processo observado.

Mas, “esse papo de planejamento não implica em redução da espontaneidade”? Ou “isso não funciona pra gente de ‘carne e osso’, mas pra empresas e seus processos”? Bem, até pode ser, mas, pense: você não precisa conceber o planejamento de sua vida com um planejamento estratégico clássico, com visão, missão, objetivos e estratégias, mesmo sendo a vida, no fundo, o local mais importante para a implementação do planejamento para o indivíduo.

Não! Você também não é uma instituição que precisa se perpetuar (que é o grande motivo de se implantar planejamento estratégico nas empresas, visando direcionar a organização para garantir a perenidade dos negócios). Sabemos, ou melhor, estimamos, viver dentro da expectativa de vida que nos é informada pelos órgãos oficiais; em certo grau, até supera-la. Mas sabemos também, em nosso intimo, que por mais avançadas sejam as técnicas de prolongamento da existência (atuais ou calcadas na ficção científica), não iremos muito além dos 90 anos. Desta forma, devemos nos programar para que, nesta existência, possamos não apenas, desfrutar do conforto, do amor, do calor familiar, mas evoluir até o último segundo, para que o descanso eterno se dê com paz de espírito. Não sabemos o que nos espera do outro lado do túnel. Além da luz, o celestial ou o fim da existência? Por isso viva, seja feliz, sorria! Não espere a aposentadoria para realizar seus sonhos. Por sinal, não abra mão deles para agradar o outro. Não engavete planos. Chore quando precisar, não por preguiça de lutar. Tenha o coração leve para que a vida se mostre para você bela como ela é, sem as lentes distorcidas que nos permitimos usar para ofuscar a visão.

Por fim, não viva a esmo, ao sabor das ações alheias. Aí sim, as consequências serão imprevisíveis, quiçá indesejáveis. Nem mesmo a Deus devemos confiar nosso futuro. Vai que Ele não está em um bom dia?

Um grande beijo


Pensem por si próprios e não permitam a dúvida, se existe a quem consultar!

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