Manter um blog é um delírio
masoquista. Acreditamos ser possível que a ‘divina inspiração’ nos inspire
diuturnamente, e nos cobramos por isso, todos os dias! Acreditamos,
esquizofrenicamente, que temos uma missão, quase evangelizadora, de trazer
conforto, paz e harmonia aos leitores, mesmo que na forma de um sorriso, mesmo
numa lágrima.
Não temos este dom, muito menos o
monopólio dos sentimentos e quereres alheios. Ainda mais neste mercado
self-service em que se transformou a blogosfera, com seus escritores
sem-número, um leque quase infinito de possibilidades. Identificamo-nos com
poucos, seguimos menos ainda. Não estamos dispostos a gastar, na maioria das
vezes, mais de 5 minutos com cada fonte de informação, desde que nos envolva totalmente nos primeiros 3 minutos. Tempos difíceis estes
dos trovadores do século XXI.
Pra demonstrar a dificuldade de
que é criar um texto que mereça ser lido, desde que sentei para escrever, foram
quatro ou cinco temas, uma meia dúzia de parágrafos, até ser fisgado por uma
frase impactante, que desencadeou todo meu processo criativo. Esta frase é a
que introduz o primeiro parágrafo deste texto.
Ah, o resto? Bem, o que não foi
aproveitado está devidamente fichado em arquivos com a alcunha ‘blá-blá-blá_(inacabada)’,
a espera de uma nova inspiração que os traga ao mundo das ideias.
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