sexta-feira, 28 de junho de 2013

Eu sou luz

Essa música não sai da minha cabeça. Ela é a mais linda que já ouvi este ano! Como a letra não está dispoível em nenhum site (apenas o vídeo), fiz o esforço de tirar de 'ouvido'...linda, linda, linda demais:



I Am Light
India.Arie

Ohhhhhh…
Ohhhhhh…

(4x)
I am light
I am light

I’m not the things my family did
I’m not the voices in my head
I’m not the pieces of the brokenness inside
I am light
I am light

(3x)
I am light
I am light

I’m not the mistakes that I have made
Any other things that cause me pain
I’m not the pieces of the dream I left behind
I am light
I am light
I am light
I am light

(2x)
I am light
I am light

I’m not the color of my eyes
I’m not the skin in the outside
I’m not my age
I’m not my ways
My soul inside
Oh, light
Oh, light
Oh, light
Oh, light

(2x)
I am light
I am light

I am the vanity defined
I am the God in the inside
I am a star
A piece of the all
I am light

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Despertar

Acorde, meu bem .
Pois a vida está lá fora .
As ruas te chamam ,
Conclamam,
Precisam de ti agora .

Desperte, meu amor ,
Para um mundo de possibilidades .
Os dias sem ti
Presente ,
Passam lânguidos ,
Preguiçosamente .

Abra os olhos, cariño mío .
Pois o belo esmaece .
Perde o viço,
O brilho,
E pode aqui não mais estar
Quando de tua cama levantar

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Resgatando-me

Engraçado como, em alguns momentos, a vida lhe dá uma piscada matreira, como se quisesse dizer ‘Não se aflija! Os problemas não são tão grandes como você imagina’. Tendemos a acreditar que o turbilhão que nos cerca é algo intransponível, invencível. Ficamos cegos para aquilo que poderia ser a solução e focamo-nos nos efeitos! Algo para aprender com toda a situação? Improvável! Estamos sempre em busca da zona de conforto onde ser ‘eu’ é indolor, mas, também, insípido, inodoro e incolor!

Despertei-me para o tema ao voltar a ler um livro que já considerava relegado à poeira de minha estante: O Poder da Cabala (perdoe-me, amiga Marcia Batista, pois você confiou firmemente que eu ‘devoraria’ este livro nesta fase ‘auto-autoajuda’ em que me encontro). Para contextualizar: esta (re)leitura deveu-se a um esforço hercúleo de dar algum significado a minha ociosa noite de quarta-feira, 26/06/2013, onde faltaram programas e sobrou preguiça. Sem contar o fato de estar no ápice de meu estresse pré-férias, quando a tolerância já se encontra no campo negativo da Matemática. Até mesmo minha corrida, algo que me é extremamente prazeroso, tomou contornos de tortura das mais degradantes.

Bem, voltando ao livro (e ao primeiro parágrafo), impressionante como de onde menos se espera surgem as maiores surpresas. E assim aconteceu. Não me dava ao trabalho da leitura do dito-cujo faz, pelo menos, duas semanas. Uma resistência tremenda a alguns conceitos nele contidos e fundamenteis para a compreensão da Cabala (aqui, abro parênteses para deixar claro que não procuro uma religião, acredito-me já ter passado desta etapa da vida; leio tudo, de todas, com a avidez do conhecimento por filosofia, sua ética e sua interação histórica; fecha parênteses).

O capítulo da ‘retomada’ tratava da resistência. Até aí, tudo bem. Às vezes me perco neste livro que mistura física com fé, dado que minha subjetividade é extremamente objetiva – hehehehe. Entretanto, ao final, tive a gostosa sensação de lição aprendida (ou relembrada; quem muito lê livros de autoajuda sempre se depara com um ‘novo’ que não é tão novo assim). Bem, tentando ser bem objetivo, o que o livro colocava, em forma de metáfora, que tal como o filamento da lâmpada, que separa os polos positivo e negativo, gerando brilho parco, mas contínuo, por meio da resistência física imposta a corrente elétrica (contrario ao que ocorre na situação de curto-circuito, que ocorre quando o mesmo filamento se rompe e há ligação direta entre os polos, levando a produção de um brilho intenso, mas efêmero), nossa reação comodista aos problemas gera prazer momentâneo, mas fugaz, ao passo que, resistir ao problema, quer pelo enfrentamento da situação, quer pelo silêncio que permite a tolerância e a não reatividade (impressionante a quantidade de situações apresentadas para explicar a questão da importância da resistência, e, em todas elas, era possível vislumbrar-me, em flashback). Senti-me extremamente atingido pelo texto, a ponto de querer REAGIR. Não brigar com o mundo, como o Sex Pistols tem me impelido nos últimos tempos (estou em uma fase de descobertas musicais, e encontro-me em uma fase de total e avassaladora paixão pela rebeldia e irreverência punk), mas sair do marasmo em que me encontro, parar de me sentir o injustiçado, tentar aprender com o que aconteceu.


O que posso dizer é que a vida, hoje, mais que piscar pra mim, deu-me uma bela cantada e resgatou-me do poço quase sem fundo em que havia me enfiado. E, acredite, não é a religião nem a fé. Foi, simplesmente, sentir-me compreendido por mim mesmo, enxergar-me e a minhas reações na terceira pessoa e ver o quanto perdi do meu dia, de cara feia, tristonho, praguejando minha sorte! Como poderia ter sido mais feliz se simplesmente tentasse entender e solucionar o problema que me afligia, ao invés de mergulhar em uma introspecção vazia e infrutífera. Viu, Marcia? Nem tudo estava perdido!

domingo, 23 de junho de 2013

Outros Escritos

Manter um blog é um delírio masoquista. Acreditamos ser possível que a ‘divina inspiração’ nos inspire diuturnamente, e nos cobramos por isso, todos os dias! Acreditamos, esquizofrenicamente, que temos uma missão, quase evangelizadora, de trazer conforto, paz e harmonia aos leitores, mesmo que na forma de um sorriso, mesmo numa lágrima.

Não temos este dom, muito menos o monopólio dos sentimentos e quereres alheios. Ainda mais neste mercado self-service em que se transformou a blogosfera, com seus escritores sem-número, um leque quase infinito de possibilidades. Identificamo-nos com poucos, seguimos menos ainda. Não estamos dispostos a gastar, na maioria das vezes, mais de 5 minutos com cada fonte de informação, desde que nos envolva totalmente nos primeiros 3 minutos. Tempos difíceis estes dos trovadores do século XXI.

Pra demonstrar a dificuldade de que é criar um texto que mereça ser lido, desde que sentei para escrever, foram quatro ou cinco temas, uma meia dúzia de parágrafos, até ser fisgado por uma frase impactante, que desencadeou todo meu processo criativo. Esta frase é a que introduz o primeiro parágrafo deste texto.


Ah, o resto? Bem, o que não foi aproveitado está devidamente fichado em arquivos com a alcunha ‘blá-blá-blá_(inacabada)’, a espera de uma nova inspiração que os traga ao mundo das ideias. 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

‘Desmistificando’ os ‘fatos’


Bem, a proposta deste blog é discutir de tudo (até aí, nada diferente de outros inúmeros existentes, típico dos tempos em que vivemos, onde ‘generalistas’ são formados aos montes pela academia e pela mídia), com um toque de poesia (aí, não tão frequente assim).

Agarrando-me a primeira premissa, visto minha armadura de pseudo-sociólogo e parto esgrimir minhas conjecturas sobre o turbilhão que assola nossas cidades, de todos os tamanhos e regiões, neste mês de junho (e olha que não se está movido a quentão, batida e pinga, o ‘must’ alcoólico das festas juninas).

Como têm surgido várias ‘análises’, para todos os gostos, sobre estes estranhos acontecimentos (digo estranhos por que o são, dado que o Brasileiro encontrava-se ‘deitado em berço esplêndido’ a mais de 20 anos, numa total letargia e, de repente, transformou-se em um leão, sedento por justiça), resolvi colocar o meu ‘bode’ na sala, torcendo para que o mesmo não seja dela retirado de pronto, mas, sim, apreciado e  como uma das opções do menu.

Falando em tom um pouquinho menos jocoso, acredito que o desenrolar dos últimos dos fatos, até a manhã de 21/06/2013, sinalizou-nos algo até pouco tempo impensável: a condução de movimentos, manifestações e protestos não mais segue a risca o ideário de esquerda (vide toda a hostilização sofrida por estes, nos protestos de 20/06, quando suas bandeiras e faixas foram destruídas, exorcizadas em fogueiras ou recolhidas sob o risco de violência física para seus portadores), nem levanta mais suas bandeiras históricas, como a estatização de serviços, ou a reforma agrária e urbana (como defendida em entrevistas concedidas pelos líderes do Movimento Passe Livre - MPL).

O discurso tradicional de esquerda, com suas palavras de ordem, sempre verbalizou as justificativas de tais manifestações. Entretanto, nestes últimos eventos, acredito, até pelo fato de terem arregimentado muitos outros mais que não apenas universitários engajados em sua ‘revolução do proletariado’ de papel (que não é capaz de ser transportada dos livros e textos, que lemos realizar as provas, para o mundo real), este discurso enfraqueceu muitíssimo, fazendo com que sua corrente mais organizada (o MPL) declarasse, na manhã de 21/06, que não mais convocará protestos em São Paulo, tanto pelo fato de já ter alcançado sua principal e imediata meta (a revogação dos aumentos nos preços das passagens ocorridos no segundo semestre – simbolizada pelos tão discutidos R$ 0,20), quanto por demandas da ‘direita’ terem se tornado preponderantes sobre suas outras bandeiras. Estes jovens, tão elitizados, não foram capazes de captar uma sutil diferença entre seus pleitos e o da maioria dos participantes: o que move este último grupo não é a ideia de um mundo igualitário e mais justo (não, isso não é uma preocupação preponderante para eles). O que os move, principalmente, é o grito contido contra injustiças difusas (corrupção, PEC 37 – acredito que 99% não saibam do que exatamente se trata -, melhores educação e saúde etc). Estas injustiças estão aqui e acolá, mas não tão palpavelmente como no caso do aumento das passagens. Cada uma, por sinal, mereceria uma manifestação individualizada e não este balaio de descontentamentos em que as manifestações se transformaram.

Introduzida esta primeira hipótese (da perda do monopólio dos protestos pela esquerda), exponho minha segunda (quase uma constatação empírica nacional): o brasileiro ‘médio’ é conservador! Sim, amigos, o brasileiro, de forma bem generalista, não gosta de socializar! Ele se move pelo ‘ter’ para poder ‘ostentar’ (relax!, isso é mais do que humano e Marx e seus seguidores são excelentes piadistas – a partir deste ponto serei arremessado às labaredas do Inferno por meus amigos de esquerda – hehehehe). Nossa formação cultural é conservadora por assimilação. A preponderância da visão do colonizador Português trouxe, em seu bojo, todo conservadorismo daquele que era um dos países mais carolas da Europa, extremamente ligado a concepção do mundo da Igreja Católica e da Inquisição do século XVI. Quem leu o que de mais ‘atual’ existe em História do Brasil vai entender o que falei. A cultura indígena, muito mais participativa e ‘socialista’, não foi capaz de se sobrepor ao ‘novo’, vindo d’além mar. Teve que se contentar em ser, apenas, a maior fonte de nomes para logradouros em São Paulo, bem como de nos dar, graças a Tupã, a noção de que, nos trópicos, um banho por dia não faz mal a ninguém. Igualmente, a cultura negra, que não teve defensores, como os Jesuítas e Bandeirantes fizeram pelos Guaranis e outras etnias indígenas do Sul-Sudeste, trouxe-nos não muito mais que a alegria de viver, o gosto por música e ritmos extremamente marcados pela percussão e por comidas e temperos fortes. Fui bastante simplista nesta abordagem sobre formação de nossa cultura nacional, mas a ideia não era redigir um trabalho com rigor acadêmico, mas apresentar a argumentação que embase minha interpretação do momento atual.

Em resumo, acredito que o fracasso das esquerdas na condução das massas que protestam atualmente no Brasil é fruto, única e exclusivamente, do despertar do Brasileiro ‘médio’ para a defesa daquelas coisas que lhe são mais caras, mesmo que a custa do politicamente correto e do comodismo. Estamos partindo para o amadurecimento de nossa identidade social. Falta muito, ainda, para alcançarmos nações mais ‘desenvolvidas’ neste tema, mas já temos um bom começo.


(Bem, com a demora em implementar o Blog, meu texto acabou ficando ‘velho’ visto que tivemos mais protestos e um tardio pronunciamento presidencial sobre o assunto. Mas tratarei disso no próximo texto).