quarta-feira, 16 de outubro de 2013

COLEÇÃO DE HAIKAIS



Por MAAQUEZ
Entre 15 e 16/10/2013


1º Haikai (original)

Sonho que nasce
Duma alma que chora
Água salgada


3º Haikai

O chão molhado
Exala ozônio
Lágrima do céu


4º Haikai


Pessoas correm
Em direção ao nada
Vidas perdidas


5º Haikai


Triste o dia
Que começa cinza
E sem sorrisos


6º Haikai


Falta de alguém
Que não está mais aqui
Meus pés estão sós

7º Haikai


Penso que penso
Com as ideias soltas
Acorrentem-nas

terça-feira, 15 de outubro de 2013

POESIA HAIKAI

Minha primeira incursão em poemas que seguem a forma poética japonesa Haikai,que se caracteriza pela concisão, compondo-se de três linhas com, respectivamente, 5-7-5 sílabas.

Sombria a cor
Do matiz dos sentidos

Na mão do autor

VAZIO REPLETO

Por MAAQUEZ
Em 15/10/2013


Vendi
Minh’alma
Por sonhos
De brilhantes
Em molduras
Douradas
Pendurados
Em minha sala
Troféus
Do nada
Pois, vazio
Sinto-me
Repleto
De reconhecimento
Daqueles
Que não veem
Que não sou
Exemplo
Não mais
Que do fracasso
Pessoal
Passional
Arremedo
De sucesso
Que contrário
Parece-me
Sem meio
Ou meta
De alcançar
Evolução
Que não seja
Patrimonial

POR HOJE

Por MAAQUEZ
Em 14-15/10/2013



Calar
Por Hoje
Guardar-me
Para mim
Submergir
Em lembranças
Suspender
Os sentidos
Respirar
Por instantes
A poeira
Do tempo
Tornar-me
Autômato
Num mundo
Lobotomizado
Um corpo
Sem espírito
Pois, este
Dormente
Encontra-se
Cercado
De amor
Incondicional
Esquecido
Num canto
Do coração
Que pulsa

Em nós

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SORRISO ROUBADO



Por MAAQUEZ

Em 07/10/2013




Morri quando aquele julho

Roubou-me o sorriso

Não o mecanicamente fácil

Mas o que floresce do recôndito do ser

E ele era só meu

Todo meu

Mesmo tendo em mente

Que o tempo cuidou de amarelá-lo

Até que os podres dentes

Refletiam, palidamente

A beleza

Um dia espelhada

No colar de contas brancas

Que entremeavam

Meus determinados e rosados lábios

MIGALHAS E RESTOS



Por MAAQUEZ
Em 07/10/2013


Ser inferior
Humano de segunda classe
Que chafurda a grande lixeira
Que chamamos de Terra
Em busca de migalhas
De carinho
E Restos
De atenção
De quinze minutos
De um reconhecimento público
Que logo se esvairá
Nos cinco seguintes segundos
Por que a busca
Por algo que poucos terão
Nesse mundo injusto
Onde o amor não é mais que uma utopia
Na pena do escritor?